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Dólar dispara e supera R$ 2,40
A moeda terminou o dia em R$2,403 para a venda, a maior cotação desde 22 de agosto, com alta de 1,27%.
A bolsa brasileira derreteu, e o dólar disparou, ontem, após a publicação de um relatório da Pimco, a maior gestora de bônus de países emergentes do mundo. Dizendo que ao Brasil falta "ordem e progresso", em alusão ao lema da bandeira nacional, o documento fez duras críticas à condução da economia. "O Brasil precisa ancorar a política econômica sob uma rigorosa e crível meta de superavit primário, em vez de executar o mix atual de política fiscal expansionista, empréstimos públicos subsidiados e política monetária cada vez mais apertada", escreveu Michael A. Gomez, corresponsável pela equipe de gestores de portfólio de emergentes da Pimco.
Depois da divulgação do texto, a queda da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) se intensificou e o pregão terminou o dia com desvalorização de 1,99%, aos 48.320 pontos. Gomez destacou ainda que, embora existam ativos atrativos no Brasil, a instauração da "ordem" no mercado financeiro local é incerta, a menos que políticas efetivas sejam restauradas. As palavras dele também tiveram efeito sobre o dólar, que fechou, pela primeira vez em cinco meses, acima do patamar de R$2,40. A moeda terminou o dia em R$2,403 para a venda, a maior cotação desde 22 de agosto, com alta de 1,27%.
Riscos
"Investidores em mercados emergentes devem ser agora cautelosos com o Brasil, especialmente devido ao recente fraco desempenho (do PIB)", disse Gomez. Para o executivo da Pimco, os capitalistas estrangeiros que quiserem aplicar no Brasil devem ser moderados. O risco de volatilidade nos mercados é elevado, sobretudo por causa do processo de redução do programa de estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que afeta o mundo todo e, em particular, nações com fundamentos econômicos em desordem. Ele também cita as eleições de outubro como um fator a mais de incerteza.
"Para os investidores em mercados emergentes, o clima para aplicar no Brasil foi caracterizado por qualquer coisa menos ordem e progresso em 2013", sentenciou Gomez. "A régua subiu para que as autoridades brasileiras mostrem progresso em restabelecer um mix de políticas para atrair investimentos, restaurar confiança e entregar um robusto crescimento com inflação moderada. Sem isso, a perspectiva de ordem nos mercados financeiros (e na bolsa) no Brasil é menos garantida", escreveu. O Brasil não está sozinho nesse cenário. Mercados emergentes com grandes deficits externos e política fiscal frouxa também devem passar por dificuldades em função da nova política monetária do Fed.
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